Malcolm X metendo a real...

O primeiro quarto que eu tive depois que eu saí do trabalho na estrada de ferro (metade de um aluguel do Harlem) estava no casarão nº 800 da avenida São Nicholas. Você poderia andar de um apartamento pro outro e conseguir um casaco de pele quente, uma boa câmera, um perfume bom, uma arma, qualquer coisa, desde de mulheres gostosas para carros quentes, inclusive gelo seco. Eu era um dos poucos homens nessa casa de cômodos. Isso foi durante a guerra, quando você não podia ligar o rádio sem ouvir falar de Guadalcanal ou Norte de África.
Em vários dos apartamentos, as inquilinas eram prostitutas. Uma minoria ali era de malandros, agitadores, agentes do jogo do bicho e pequenos traficantes, eu acho que todos os que moravam no casarão usavam algum tipo de droga. Isso não reflete a péssima condição daquele edifício em particular, porque quase todo mundo no Harlem precisava de algum tipo de malandragem para sobreviver e também precisava ficar doidão de alguma forma pra esquecer o que tinha de fazer para sobreviver.
Foi nesta casa que eu aprendi mais sobre as mulheres que em qualquer outro lugar. Foram essas prostitutas que me falaram de coisas que toda mulher e todo marido deve saber. Mais tarde, foi principalmente as mulheres que não eram prostitutas que me ensinaram a ser desconfiado da maioria das mulheres, parecia haver um maior código de ética e irmandade entre as prostitutas do que entre a maioria das moças de igreja que pegam mais homens por diversão do que as prostitutas têm por dinheiro. E eu estou falando tanto das negras quanto das brancas. Muitas das negras naqueles dias de guerra estavam em sintonia com as brancas no fato de terem seus maridos lutando no exterior enquanto elas estavam saindo com outros homens, e até mesmo dando-lhes o dinheiro de seus maridos. E muitas mulheres apenas fingiam ser mães e esposas, enquanto saiam pra rua como prostitutas deixando seus maridos e filhos em casa. (...)
Eu era jovem, trabalhava em um bar, não me incomodando com as prostitutas. Provavelmente toquei seus instintos de "cuidar do irmão-mais-novo". Algumas iam para o meu quarto quando não estavam ocupadas, e nós fumavamos maconha e conversavamos. De modo geral, era após o rush da manhã, mas deixe-me dizer-lhe sobre este rush.
Ver os corredores e escadas ocupados qualquer hora da noite com os homens brancos e negros indo e vindo não era mais do que se poderia esperar quando se vivia em um casarão no qual prostitutas trabalhavam. Mas o que me espantou foi a multidão que lotava a casa entre , digamos, seis e sete e meia da manhã para, logo depois, ir embora de modo que por volta das nove horas eu era o único homem no prédio.
Estes eram maridos que haviam deixado seus lares a tempo para parar nesta casa na avenida St. Nicholas antes de irem para o trabalho. Evidentemente, não são os mesmos todos os dias, mas sempre há um número suficiente deles para compensar a pressa. E isso inclui os homens brancos que vinham em táxis por todo o caminho desde o centro da cidade.
Esposas dominadoras, recalcitrantes e exigentes, que tinham castrado e destruído psicologicamente seus maridos, eram responsáveis pelo rush matinal. Essas mulheres eram tão desagradáveis e tinham deixado seus homens tão tensos que lhes roubaram a satisfação de serem Homens. Para escapar dessa tensão e da chance de serem ridicularizados por suas próprias esposas, cada um destes homens tinha levantado cedo e vindo encontrar uma prostituta.
As prostitutas para fazerem o seu negócio funcionar, precisaram se tornar estudiosas dos homens. Elas diziam que a maioria homens, após passarem dos seus viris vinte/trinta anos, vão para a cama principalmente para satisfazer seus egos, e porque muitas das mulheres não entendem dessa forma, elas danificam e destroem o ego de um homem. Não importa quão pouca virilidade um homem tem para oferecer, as prostitutas fazem-no sentir-se por um tempo como o maior homem do mundo. É por isso que estas prostitutas tinham um rush matinal. Mais esposas poderiam manter seus maridos se eles percebessem que sua maior necessidade é “ser Homem”. (...)
A maioria dos homens, as prostitutas sentiam, eram muito fácil de manipular. Todos os dias essas prostitutas viam seus clientes se queixando que não ouviam nada de suas esposas além de reclamações, esposas que recebiam todo o cuidado e a quem não faltava nada. As prostitutas disseram que a maioria dos homens precisa saber o que os cafetões sabem. A mulher deve, ocasionalmente, ser mimada o suficiente para ver que o homem lhe tem afeição, mas, além disso, ela deve ser tratada com firmeza. Estas mulheres duras afirmavam que isto funcionava com elas. Todas as mulheres, por sua natureza, são frágeis e fracas: elas são atraídas pelo Homem no qual elas vêem a força.

OPontaDeLançaAfricano escreveu:Você dá o que você recebe, Golgo13. Sem vitimismos, por favor...

Golgo 13 escreveu:Malcolm X foi, entre outras coisas, um homem que traiu uma irmandade para se unir a outra de nazismo-negro,que em termos politicos ideologicos não fica nada atras dos white power,kkk,ou the order, uma organização que simplesmente faz justificar o racismo contra negros,

não sei como um individuo assim pode ser considerado honrado


mas o texto em questão faz todo o sentido sim